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Moda Real x Moda Conceitual

Moda Real x Moda Conceitual

Postado por em set 21, 2017 em Blog, Moda | 0 comentários

O meu trabalho como consultora de estilo é fundamentalmente direcionado para a moda real. O que isso quer dizer? “Moda real” não é uma expressão oficial ou um termo acadêmico. É algo que surgiu pelo uso comum. Podemos classificar talvez como um jargão de mercado, mas não passa disso. Então, pelo meu entendimento, que se formou vendo seu uso corriqueiro, moda real é aquela que serve a propósitos práticos. Ou seja, a roupa que usamos em nossa rotina, as produções que as pessoas vestem para trabalhar, ir ao cinema, malhar. Não é a roupa especial, a exceção, a que vemos em editoriais de revistas, em tapetes vermelhos de festas do cinema, em celebridades que parecem inatingíveis.

Portanto, essa roupa (e os acessórios que a complementam) deve se adequar ao nosso corpo e não o contrário. Deve nos vestir bem, ficar bem colocada na nossa figura. Também deve ser confortável. E servir a seu propósito, ou seja, se é para trabalhar tem que estar adequada para as funções que a sua profissão exige. E, para tanto, deve também transmitir as mensagens adequadas. Me explico: se você trabalha como professora de escola infantil certamente se movimenta bastante e precisa de peças com tecido flexível. Mas, também, precisa aparentar abertura e credibilidade. E, imagino, queira estar elegante e bonita.

Melania Collage

Manga bufante desfilada pela Gucci, em setembro de 2017. Ao lado, Melania Trump em seu primeiro discurso como primeira dama, no mesmo mês, usando modelo Del Pozo. Em breve as mangas bufantes estarão popularizadas.

Muito bem. Então a moda real é de extrema importância para mim. Mas a moda conceitual, aquela que se aplica muitas vezes às exceções que citei, também. E por que isso? Em primeiro lugar, por que eu gosto. Em segundo, por que é de conceitos, de quem cria, imagina, antevê, que tiramos novas ideias, inspirações. A arte é assim. A ciência é assim. Sei que para muita gente, as coleções apresentadas em passarela parecem coisa de outro mundo, “algo que ninguém usaria”. São, muitas vezes, conceitos. Ideias em estado “bruto” que serão depois assimiladas, reinterpretadas e colocadas em prática nas ruas. Podem ser propostas ousadas que nos fazem refletir sobre o uso que estamos fazendo das roupas. Quem disse que as mangas devem ser sempre assim ou assado? Aí vem um estilista e as aumenta ou as suprime. E quem disse que homem não pode usar saia? Alguns estilistas pensam nessas coisas e propõe algo diferente. Outros, querem apenas transmitir sensações com as roupas que criam, desafiando os padrões estéticos.

blazer 2 Collage

Blazer alongado da coleção da Gucci primavera 2018 e inspiração usada nas ruas

A moda conceitual, hoje em dia, está mais evidente nos desfiles de alta costura. Os desfiles que vemos nas semanas de moda de São Paulo, Paris, Nova York, estão mais alinhados à moda real, procurando identificar os gostos e o estilo dos consumidores de cada marca. Mas, mesmo esses eventos, sempre trazem muitos conceitos pontuados. São as estranhezas que a gente vê na passarela, como golas muito grandes ou modelagens incomuns.

A moda conceitual também aparece em editoriais de revistas, em ensaios fotográficos que nos contam histórias, nos propõem um novo olhar sobre o que é considerado belo e interessante. Ela é importante pois é arte. Basta dar um Google e averiguar as exposições em cartaz hoje nos principais museus do mundo. Todos trazem algum tema de moda. A arte expressa, debate, canaliza, reinterpreta, enfatiza o que somos, sentimos, fazemos e valorizamos enquanto sociedade. Portanto, o conceito me ajuda a crescer, a alimentar a criatividade e pode ser aplicado como uma ideia. O real é aquilo com que trabalho, com que me conecto com clientes, que uso como matéria-prima essencial na identificação do estilo de cada um.

O conforto pessoal direcionando a moda

O conforto pessoal direcionando a moda

Postado por em jul 13, 2017 em Blog, Moda | 0 comentários

Athleisure: atlético, versátil, casual e sem gênero, o estilo saiu das ruas paras as passarelas e mostra que conforto e praticidade são prioridades para o consumidor atual

As tendências surgem de uma convergência de fatores, nem sempre muito fáceis de explicar, mas que são possíveis de detectar. Você já deve ter reparado que, cada vez mais, as pessoas têm se vestido de forma mais confortável, usado roupas que parecem saídas da academia ou da aula de yoga, em ambientes um pouco mais arrumadinhos. As pessoas já não parecem mais que saíram da academia e deram um pulinho no supermercado. Você pode ver moças no shopping, almoçando no sábado e até em eventos noturnos usando calças de moletom e abrigos esportivos. Os logos de empresas do ramo até voltaram na moda, em um revival dos anos 90 – eu disse que é um conjunto de fatores que forma uma tendência. Essa moda tem o nome de Athleisure – conjunção das palavras athletic e pleasure.

foto dupla

Street Style

Pois bem, o conforto está no centro na moda. E isso veio não de cima para baixo, com as grandes grifes apresentando o que devemos desejar, mas, sim, de forma linear, ou circular, ou ainda difusa. Ou seja, veio da sociedade, das ruas, de outras áreas que não apenas da moda.

A valorização do bem-estar, de uma vida saudável, mais conectada com o que somos, o que queremos, nos faz desejar usar coisas que destaquem mais quem somos. Ou seja, tecidos leves, cores neutras, que nos permitam nos mover, que sejam um veículo e não se destaquem mais do que a gente mesmo. O home office também é cada vez mais comum, então quem trabalha em casa quer estar numa boa, mas eventualmente, precisa sair. Essa é uma linha do conforto.

kourtney kardashian
Kourtney Kardashian exibe a boa forma

Outra linha que emerge é a do culto ao corpo, da figura perfeita, do fitness, da superação de limites. A ela se une a tecnologia têxtil que vem avançando, trazendo novidades. Tecidos que ajudam na prática esportiva, mas que também são uma evolução para o uso cotidiano. Se adequam à temperatura ambiente, tem efeito antibacteriano e evitam odores. Os calçados trazem aperfeiçoamentos que evitam lesões e podem ser uteis para quem caminha muito, mesmo sem praticar esportes de alta intensidade, em viagens ou usando transporte urbano, por exemplo.

Sendo assim, porque não levar todos esses usos e essas mensagens para diversas ocasiões da vida? E foi isso o que aconteceu, naturalmente as pessoas passaram a levar o tênis da corrida, a calça do pilates, o colantt do balé para passear em outros cenários. A falta de tempo exige praticidade e trocar de roupa em alguns momentos pode ser complicado. Além disso, pode ser algo interessante e até um fator de status mostrar a atividade física que você pratica. E foi aí que um terceiro fator se impôs: o estilo pessoal hoje conta muito para o planejamento da indústria de moda.

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Street Style

Marcas fornecedoras de material esportivo optaram por atacar a categoria fabricando produtos mais versáteis e atraentes para os consumidores. Foi assim que fizeram as gigantes Under Armour; Puma (com coleção de Rihanna); Nike, com coleções sofisticadas, como a feita com Riccardo Tisci, o ex-diretor criativo da Givenchy, e com e inúmeras novas parcerias criativas, como a da emblemática empresa carioca Farm com a Adidas. Recentemente estive em Miami Beach e a Adidas, além da concept store, abriu duas lojas específicas, uma para a Y3 – Yohji Yamamoto e outras para a linha da Stella McCartney.

Alexander Wang para Adidas
Alexander Wang para Adidas

Ao mesmo tempo, os grandes estilistas também começaram a beber nessa fonte. A Louis Vuitton fez uma coleção suntuosa para o inverno 2016/2017. Alexander Wang também faz peças com forte apelo esportivo há algum tempo. Foi um dos primeiros a captar essa nova onda. No começo de 2017, lançou uma coleção de sucesso com a Adidas. Também vimos a Valentino fazendo peças inspiradas no balé e criando sapatilhas que viraram febre de consumo e alvo de cópias. Nas passarelas, o estilo foi apresentado há cerca de um ano, mas a tendência começa a se disseminar agora, chegando ao design de coleções de muitas outras marcas, ao mesmo tempo em que vemos marcas esportivas se sofisticarem para ganhar as ruas.

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T by Alexander Wang e linha fitness da brasileira Animale

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Sapatilhas Valentino

Confira também meu painel no Pinterest com inspirações e dicas de looks confortáveis que vão da academia para qualquer lugar!

Workshop Guarda-Roupa Sem Crise

Workshop Guarda-Roupa Sem Crise

Postado por em set 27, 2016 em Blog, Consultoria de Estilo, Moda | 0 comentários

WORKSHOP GUARDA-ROUPA SEM CRISE

Muitas clientes e amigas pediam algo para que pudessem aprender de forma prática e objetiva a organizar melhor o que têm em casa. Queriam dar os primeiros passos para renovar ou descobrir o estilo próprio, mas buscavam um serviço acessível. Então, eu e a parceira, e também consultora de estilo, Juliana Sena montamos o Workshop Guarda-Roupa Sem Crise que tem ferramentas essenciais e básicas que ensinam a identificar o estilo pessoal e a analisar o guarda-roupa. Também traz ensinamentos de como montar looks que favorecem o próprio tipo físico e também multiplicar combinações, para aproveitar ainda mais as roupas que se tem. São algumas das práticas e teorias da consultoria, para que as alunas saiam do curso com um excelente aprendizado e comecem a desenvolver seu estilo pessoal sozinhas! :)

 

Data: 22 de outubro de 2016, das 14h às 18h
Local: Alameda dos Maracatins, 426 – Moema – São Paulo – SP
Vagas limitadas

Professoras: Consultoras de imagem e estilo Camila Rocha e Juliana Sena

 Para garantir sua vaga clique aqui

ou nos mande um e-mail: grsemcrise@gmail.com

O que você vai aprender:
• Os estilos universais > identifique o seu;
• Como aproveitar melhor as suas roupas;
• Como revitalizar seu guarda-roupa;
• Como ter um guarda-roupa versátil;
• Coloração pessoal: o que é e como ela pode te valorizar;
• Como combinar cores;
• Como combinar estampas;
• Cuidando de suas roupas;
• Renovando o guarda-roupa;
• A fórmula do guarda-roupa sem crise!

O que está incluso no valor do curso:
• Acesso ao workshop presencial de 4 horas;
• Apostila em suporte online (arquivo PDF) para acompanhamento e realização de execícios durante o curso;
• Coffee Break;
• E outras surpresas!

Valor :

R$300,00

 

Formas de pagamento Pagseguro: Utilizaremos o Pagseguro para que você opte pela melhor forma de pagamento, essa ferramenta oferece: pagamento via cartão de crédito, débito em conta corrente e pagamento por boleto, que pode ser parcelado em até 2 vezes sem juros ou em mais parcelas com juros cobrados pelo sistema e a administradora do cartão.

 

Sobre as consultoras de estilo e palestrantes:

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Camila Rocha
Apaixonada por moda desde sempre, uniu sua expertise em comunicação para trabalhar imagem e estilo de pessoas e empresas. Formada em jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, de São Paulo e em Comunicação Audiovisual pela Universidade Carlos III de Madri. Formada em “Consultoria de Estilo Pessoal” pela Oficina de Estilo, pelo curso da consultora Anita Resende e pela Paris Style Week. Se especializou em “Moda e Comunicação” e “Cool Hunting” pela Escola São Paulo. Trabalhou em comunicação para empresas de moda e beleza como Elite Model e A Mulher do Padre (AMP). Teve longa experiência em comunicação corporativa em empresas como Standard Bank, Even Construtora, A&E Networks e Mozarteum Brasileiro. Foi head de social media da Pernambucanas, com foco em moda e home decor. Há dois anos uniu suas expertises e passou a trabalhar como consultora de estilo e comunicação, realizando trabalhos para Alelo, BASF e Natura, além de atender clientes particulares.

 

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Juliana Sena
Descobriu que amava se vestir e se produzir desde cedo, quando criança adorava criar looks e inventar moda com suas bonecas. Influenciada pela avó e mãe, sempre procurava comprar tecidos e produzir suas roupas nas costureiras do bairro. Formada em Letras pela Ibero-Americana, pós-graduada em Administração de Empresas pela FAAP e tem MBA em Gestão de Negócios pelo Ibmec-Insper. Trabalhou com gerenciamento de projetos em diversas empresas multinacionais, tais como: Motorola, Ernst &Young, Vivo e Arcos Dourados. Mas, a moda sempre esteve presente de alguma maneira, desde 2010 escreve e pesquisa sobre moda, criou e desenvolveu uma marca de roupas e a partir dali, não parou mais, foi atrás de mais conhecimento e especialização. Há dois anos é Consultora de Estilo Pessoal e Personal Shopper, formada pela Oficina de Estilo, capacitada em organização e revitalização de guarda-roupas pelo curso da Ingrid Lisboa e desde então, passou a trabalhar como consultora de estilo e tem como objetivo dividir os conhecimentos e serviços prestados, disseminando a semente do autoconhecimento, da autoestima e do empoderamento para empresas e clientes particulares. http://julianasena.com.br/

 

Política de cancelamento:
• O cancelamento de sua participação no workshop pode ser feito até 72 horas antes da realização do workshop com restituição do valor integral. Trabalhamos com turmas pequenas e cada inscrição conta muito para arcar com as despesas do local.
• Não é possível restituir valores com cancelamentos feitos em menos de 72 horas do curso. Você pode solicitar que outra pessoa faça o curso em seu lugar, se necessário, para não perder o investimento. Nesse caso, você deverá nos informar via e-mail o nome completo e RG desse novo participante para alterarmos a lista de presença.
• O estorno da compra será feito por meio do Pag Seguro junto à administradora do cartão de crédito, como um crédito na próxima fatura do comprador. O PagSeguro envia um e-mail de confirmação informando a data que o crédito foi encaminhado para a sua administradora de cartão de crédito. O prazo para o crédito no seu cartão pode variar conforme data de fechamento da sua fatura. Para os pagamentos em débito online ou boleto, o estorno efetuado em forma de crédito na conta Pag Seguro, podendo o cliente utilizar o saldo para uma nova compra ou solicitar o saque do valor para sua conta bancária. (Informações fornecidas pelo Pag Seguro)
• Para qualquer um dos casos acima, você deverá entrar imediatamente em contato conosco através do e-mail: grsemcrise@gmail.com.
• Caso o número mínimo de cinco participantes não for atingido, o evento poderá ser cancelado ou reagendado. As organizadoras podem cancelar o evento em qualquer momento em caso de imprevisto ou por quaisquer razões que impeçam a concretização do workshop. Em caso do cancelamento por parte das organizadoras, os participantes que já pagaram sua participação (ou ingresso), receberão integramente os valores pagos até o momento.
• Mudança de local ou data: Em caso de mudança de local ou data os participantes serão notificados por email e terão a opção de aceitar a mudança ou solicitar o reembolso. Em caso de reembolso o valor será devolvido integralmente.

Estilo pessoal é importante (e está na moda!)

Estilo pessoal é importante (e está na moda!)

Postado por em nov 19, 2015 em Blog, Consultoria de Estilo, Moda | 0 comentários

Nem todo mundo entende o que é o trabalho de uma consultora de estilo pessoal. Desenvolver ou aperfeiçoar o estilo do cliente pode ser feito para: 1. Uma pessoa que queira levar o conhecimento adquirido para sua vida cotidiana; 2. Para um veículo de mídia que irá registrar um momento daquela pessoa 3. Ou ainda para quando o cliente vai a um evento e precisa expressar de maneira direta e poderosa sua presença.

O trabalho é sempre desenvolvido em parceria com o cliente, pois seu estilo é dele, claro, e a consultora o ajuda a trazê-lo à superfície, a expressá-lo de forma eficiente. Para explicar melhor como a imagem e o estilo são importantes para cada um de nós, conto com a expertise de Valeria Doustaly, consultora de imagem e vice-presidente da AICI (Association of Image Consultants International) na França, e de Dione Occhipinti, stylist e professora do Instituto Marangoni. As duas ministram o curso Paris Style Week, do qual eu participei em setembro de 2015 e recomendo muito!

Também tomo como exemplo a recente capa da Caitlyn Jenner na Vanity Fair, que trouxe à tona o trabalho da diretora de estilo da revista, Jessica Diehl. Para quem não sabe, Caitlyn antes era conhecida como Bruce Jenner. Ele foi campeão olímpico em decatlo, pelos EUA, em 1976. Nos anos 90, se casou com Kris Jenner, matriarca do clan Kardashian. Há poucos meses, revelou ao mundo que é transexual, e mostrou sua nova expressão visual na reportagem da Vanity Fair, produzida por Jessica. Um clique que comunicava muita coisa: quem é essa mulher, como ela quer se apresentar ao mundo, qual seu papel na sociedade… um baita trabalho de imagem e estilo.

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Caitlyn na capa cuja imagem rodou o mundo

A diretora da revista, um veículo de formação de imagem no mainstream, já é reconhecida no meio, mas com essa capa ganhou fama mundial. Sobre seu trabalho disse à revista Love: “Fotografar celebridades se torna um desafio de administrar pessoas e deixá-las confortáveis; a moda fica menos importante que o estilo e a imagem – você quase quer ficar longe das tendências por que não quer que as pessoas olhem para as fotos e pensem ‘oh, isso é da coleção de outono/inverno’. Você quer que vejam as fotos e pensem ‘essa é uma linda foto da Kate Winslet”. Cabe dizer aqui que a revista Love fez uma edição trazendo só as pessoas que mais merecem destaque no mundo atualmente, e a diretora da concorrente Vanity Fair está lá….

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Jessica Diehl na Love Magazine

Dione, que trabalha como stylist em produções para revistas, explica a diferença entre fotografar ensaios de moda e famosos: “Nos editoriais de revistas temos um tema para o shooting e focamos nele, existe uma história, um sonho. As celebridades são pessoas reais que têm seu próprio estilo e querem estar dentro dele, ser coerentes com sua imagem”, e completa “a imagem deve representar seu estilo pessoal e sua personalidade. É a primeira impressão e conta muito”.

Valeria tem sua carreira focada em “pessoas físicas”, fora do mundo editorial. Especializada no segmento corporativo, ela já cuidou de muitos executivos e explica que a consultoria de imagem pode ser contratada por qualquer um, seja celebridade ou não. Ela exemplifica dizendo que é adequada a alguém que queira mudar seu visual para se sentir mais feliz, por alguma pessoa que precise aumentar sua autoestima com um novo guarda-roupa, ou que esteja procurando um novo emprego e queira aprender a se apresentar melhor ou, ainda, por uma empresa que deseje que seus colaboradores representem seus valores. “E a lista segue. Por isso existem consultoras de imagem mais focadas na aparência e outras que se especializam nos temas de comportamento e comunicação, eu formo parte do último grupo”, diz. Ou seja, consultoria de estilo trabalha por meio das roupas, expressando a personalidade do cliente no que ele usa. A consultoria de imagem trabalha o comportamento e a comunicação, no modo de agir. E as duas podem ser aliadas, em um trabalho conjugado.

Acostumada a desenvolver a imagem de pessoas públicas, Valeria indica que o estilo vem de dentro: “Karl Lagerfeld dizia que ‘si vous n’avez pas un physique élégant, la robe la plus élégante n’arrangera rien’ em português, ‘se você não tem um jeito elegante, o vestido mais elegante não servirá de nada’. Dito isto, creio que se vestir bem vale muito, mas se você não souber levar as roupas de nada servirá. Adequar o jeito de se vestir para se apresentar corretamente numa determinada ocasião é uma das coisas que uma boa consultora de imagem pode fazer pelo seu cliente”. E isso é feito de forma que o cliente se sinta confortável dentro de sua vestimenta e, sobretudo, de sua pele.

Considerando tudo isso e indo um pouco mais além, ouso dizer que o estilo pessoal “está na moda”. E não afirmo isso do nada. Há algum tempo, temos visto a subjetividade predominar quando se trata daquilo que nos desperta desejo. E o que começou no street style, blogs e mídias sociais se voltou para aquele que faz toda essa indústria rodar. Recentemente, a crítica de moda Vanessa Friedman escreveu em sua coluna do New York Times sobre duas exposições que acabaram de estrear em grandes capitais da moda: Paris e Nova York. Ambas exaltam o estilo pessoal de duas figuras importantes da história e, mais do que isso, para delírio das consultoras de estilo, a importância do cliente. Uma é a exibição “La Robe Retrouvée: Les Robes-Trésors de la Comtesse Greffulhe” (Vestidos – os tesouros da Condessa Greffulhe), no Palais Galliera, em Paris, e a outra a mostra “Jacqueline de Ribes: The Art of Style” (Jacqueline de Ribes: A Arte do Estilo) no Met, em Nova York.

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Jacqueline de Ribes fotografada por Richard Avedon – cortesia do Met

Sobre a exposição em Paris, seu curador falou: “Sempre falamos dos designers, mas raramente dos clientes”, justificando a escolha do tema, e completa: “são os clientes que têm mais a nos ensinar (sobre moda)”. Já o responsável em Nova York disse que sua curadoria é sobre “Não comprar muito, mas sim filtrar através da moda para encontrar o que é certo para você”, referindo-se ao comportamento de Jaqueline de Ribes. Vanessa, a jornalista que os entrevistou, arremata: “Apesar de que esses dois estilos pareçam nos mostrar o retrato de uma outra época, as lições mais amplas e abstratas das exposições – sobre pensar por si mesmo, sobre entender que se cria identidade por meio de roupas e, consequentemente, oportunidades – são absolutamente contemporâneas. Mais atemporais até que os vestidos exibidos”. Falou tudo!

Bom, depois dessa dissertação, algumas dicas :) :

Fiquei mais atenta às colunas de Vanessa Friedman após começar a seguir a Consuelo Blocker no Snap Chat (consueloblocker). Vanessa é brilhante em texto e conteúdo. Vale a pena colar nas duas: Blog da Consuelo e Coluna da Vanessa.

Se você é consultora de estilo, não deixe de se associar à AICI. Hoje, a Associação tem também um certificado. No Brasil, apenas três consultoras são certificadas! Valeria recomenda tentar a prova e eu também – plano pessoal para um futuro próximo.

Confira o Paris Style Week, curso com aulas de consultoria de estilo, visitas a ateliês e lojas exclusivas, em Paris, com as professoras Valeria Doustaly a Dione Occhipint. Eu fiz e adorei. A turma para janeiro de 2016 está com inscrições abertas. Na Página do Facebook da PSW você pode encontrar todos os contatos.

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Da esquerda para a direita: Dione Occhipinti, Renata Tenca (estilista), eu e Valeria Doustaly durante visita da Paris Style Week

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Turma da Paris Style Week reunida

Quem anda pela gringa, confira as exposições, por favor! Informações no site do Met  e da Palais Galliera.

Três dicas de museus diferentes em Paris

Três dicas de museus diferentes em Paris

Postado por em out 22, 2015 em Blog, Moda, Viagem | 0 comentários

Gente, sei que o Real não tá para peixe, mas, algum dia a gente acaba viajando. E sempre teremos Paris <3

Piadas e trocadilhos infames à parte, estive explorando outros ângulos da cidade e resolvi compartilhar dicas fora do roteirão básico de turista. Afinal, Paris é a capital de tanta coisa, afe Maria, moda, gastronomia, arte. Tem um mundo de coisas a ser explorado. Aqui vai uma leva, de museus.  Não se engane, parece que só tem moda aí, mas tem arte, tem design, tem arquitetura ;)

pierre cardin formas diferentes

Pierre Cardin, Past, Present and Future: Num prédio desses bem europeus, pequenos, mas com três andares, num bequinho meio escondido no bairro Les Marais, fica o museu de um dos mais importantes estilistas da história. Pierre Cardin hoje não está mais sob os holofotes e seu nome nos remete a produtos populares nos anos 80 – eu lembro de anúncios de calça jeans, um amigo dos óculos de sol da mãe… Pois é, ele licenciou muita coisa com o seu nome, mas suas criações e a sua influência para o que vestimos ainda hoje têm uma força que não se vê com frequência. Cardin começou sua carreira nos anos 50 no ateliê de Christian Dior. Mas, foi quando saiu de lá que deixou sua marca na moda. Inspirado pelo Japão e pelas visões de um futuro tecnológico, diante da exploração espacial que ocorria nos anos 60, Cardin quebrou tradições e definiu novas formas para o vestuário feminino. Cortes planos, vestidos trapézio, moldes geométricos, cores fortes e metalizados. Também foi o primeiro a trazer a ideia do Prét-à-Porter (pronto para vestir) para o mercado de moda, com uma coleção desfilada na loja de departamentos Primtemps. Isso foi um rebuliço entre seus pares, que só faziam alta costura (roupas encomendadas e sob medida) para clientes privados. O episódio causou sua saída do Comitê de Alta Costura parisiense. Bom, para saber tudo isso e ver mais de 200 peças criadas por esse gênio, agende uma visita ao museu pelo site. Garanto que vale a pena!

art decoratif

Les Arts Decoratifs: Esse museu é dedicado à decoração. Mas, pense em decoração do ponto de vista francês, ou seja, exposições belíssimas e muito bem curadas (tá certo falar assim?). Quando eu o visitei, estava abrigando uma mostra dedicada à Coreia, uma vez que 2015 é o ano do país na França. A exposição estava dividida em duas partes, ambas dedicadas a designers atuais, de moda e mobiliário. Simplesmente de cair o queixo! E a Coreia é tendência para tudo, não tem inocência aqui. Aquele que está atento no que sai de novidade no mundo da música (Gangnam Stlye), da cosmética (BB Creams vieram de lá e mais mil coisas que já estamos usando ou vamos querer logo), e da moda (a Cruise Collection 2016 da Chanel foi desfilada em Seul) sabe do que estou falando. E o edifício fica na Rue de Rivoli, pertinho de vários outros lugares gostosos de visitar. Entre eles o Angelina Café, que tem simplesmente o melhor chocolate quente do mundo (juro!). Clique para ver o site do museu.

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Fondation Louis Vuitton: Bom, não é exatamente um museu, mas é como se fosse. Afinal, tem exposições ótimas, é um lugar lindo, feito pelo mesmo arquiteto do Guggenheim de Bilbao, Frank Gehry, então pode aparecer neste post. Quando estive lá, vi a exposição Pop & Music, com quadros de Basquiat e Warhol, que são da coleção permanente deles. Tinha também uma exibição especial em parceria com outros museus, como a Tate Modern de Londres e o Centre Pompidou de Paris, com peças de Matisse, por exemplo. E o prédio em si já é uma obra de arte. Concertos e os desfiles da marca também acontecem lá. A programação está no site, claro. Dica esperta: a Fundação fica no meio de um parque, então para chegar, siga as placas que já estão colocadas desde a plataforma na estação Les Sablon, da linha 1, do metrô.

Sobre consumo e estilo: é hora de desacelerar

Sobre consumo e estilo: é hora de desacelerar

Postado por em ago 10, 2015 em Blog, Consultoria de Estilo, Moda | 0 comentários

Nós gostamos de moda, design, tecnologia, bons produtos que nos sirvam na vida. Mas, toda vez que respondemos se é crédito ou débito, acabamos comprando não só funcionalidade e beleza, mas também valores implícitos, como status, amor (já viu a nova propaganda do iPhone?), conforto, familiaridade, entre tantas outras características e emoções que a publicidade nos vende. Precisamos de tudo isso? Claro! Queremos sentir todas essas e muitas outras coisas, porém não serão produtos, necessariamente, que nos proporcionarão as subjetividades da vida.

E estamos exagerando. Acho que nem é preciso argumentar muito em cima disso. Quem é que já não está com problemas de espaço no guarda-roupa e tem sapatos enfiados lá no fundo da prateleira? Acabam nem sendo usados… Quem nunca doou uma peça ainda com a etiqueta? Ou comprou uma calça esperando perder aqueles dois quilos que nunca foram embora?

Estamos, além de contribuindo para uma economia desenfreada que produz em demasia, com qualidade de descarte, vivendo uma vida que não nos representa. Aquela calça super em conta da loja de fast-fashion passeou por quantos verões com você? É uma roupa que tem a sua cara mesmo? Não seria muito mais coerente e te faria mais feliz ter um guarda-roupa só com peças de qualidade, que você ame, que combinem entre si, te representem, que você vista e se sinta especial, TODA VEZ?

Sim, gente, isso é possível. E faria uma bela diferença na sua postura como consumidor. Pense globalmente e aja localmente, disse John Lennon. Afinal, comprar menos e mais assertivamente, já contribuirá para uma economia mais sustentável, com menos descarte. Ao mesmo tempo, procure gente que faça um trabalho autoral, com matéria-prima de qualidade, que dura um tempão, com design diferenciado, que movimente a economia local. Ah, mas isso custa muito caro. Não, nem sempre, só custa mais que o produto feito com mão de obra explorada em países subdesenvolvidos. E comprando menos e melhor, no final, não se gasta mais. E assim, nós continuamos amantes da moda, do design, da tecnologia, consumidores. Só que conscientes.

Reparem que estou usando a primeira pessoa do plural aqui. Por que, de fato, o contexto atual nos coloca submersos num sistema, numa cultura, em conceitos que estão intrínsicos no nosso dia a dia. Muitas coisas de que precisamos vem de origens duvidosas de produção. Eu sei, não é fácil achar alternativas, mas, com informação, podemos procurar o caminho que nos serve, decidir nossas prioridades. Além disso, vou dar um passo atrás e dizer que as lojas de fast-fashion tiveram – e ainda têm – sua função significativa de democratizar a moda. Deram acesso a um mundo de design que antes era permitido apenas a quem tinha dinheiro. Por que moda, é muito mais que roupa. É expressão visual, memória afetiva, comunicação, integração social, arte, cultura… e todos nós temos algum tipo de relação com ela. Mudar essa relação, é um processo, leva tempo e requer disposição. Não é fácil, portanto, desapegar das fast-fashion. Porém, hoje, sabendo o que implica vender barato, podemos pensar muito bem antes de comprar algo que foi feito por um representante dessa indústria.

Cada um pode buscar o que é essencial para si. E aprendemos naquele emblemático livro infantil, o essencial é invisível aos olhos.

Valorizar um consumo com mais significado não é novidade no mundo da moda, minhas mestras do estilo já têm isso como base para seu método de consultoria, jornalistas já vêm falando do tema há algum tempo. Mas, a empresa de identificação de tendências BOX 1824 fez há poucos dias um vídeo muito bacana que resume de forma genial essa história toda.

Na imprensa, esse movimento de prestar mais atenção ao que se compra, valorizar a origem e os materiais, buscar um design mais autoral, vem sendo chamado de slow fashion (moda lenta, em contraponto ao fast-fashion, ou moda rápida). Já a BOX, ampliou o termo para todo tipo de consumo, chamando-o de lowsumerism (consumo baixo). Aqui, faço uma ressalva: o consumo consciente não é uma “nova tendência”, no sentido passageiro da coisa. As tendências surgem como novos caminhos, que podem se dissolver e se desvirtuar de maneira fugaz ou se consolidar como comportamento estabelecido. Consumir de forma consciente deve ser encarado como um estilo de vida, não como um modismo.

Caso queira saber mais sobre a indústria da moda e o impacto sócio-ambiental que o consumo desenfreado implica, recomendo o documentário The True Cost, disponível no Netflix.

 

*Foto de destaque: The True Cost – reprodução

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